Quando é preciso criar ou ampliar a frota de veículos de uma empresa, são quatro as soluções a ter em conta: compra a pronto, crédito, renting e leasing. A compra de viaturas com recurso a soluções de financiamento tem vindo a crescer nos últimos anos, com o crédito a ser a solução mais frequentemente utilizada.
O crédito automóvel é a solução clássica de financiamento, em que o banco ou entidade financeira (e até as próprias marcas) adiantam os valores para a aquisição dos veículos, recebendo depois prestações mensais até a dívida, acrescida de juros, estar liquidada.
O renting é uma solução mais flexível em que, a troco de uma prestação mensal fixa, a pessoa ou organização tem direito a usufruir do veículo. Normalmente, estão incluídas na prestação as despesas de manutenção, inspeções e impostos, mas costuma existir um limite de quilometragem percorrida durante o contrato, implicando pagamentos adicionais se este for ultrapassado. No termo do prazo acordado, a viatura é devolvida à entidade com quem foi contratado o renting.
Já nos contratos de leasing, existe também uma prestação mensal como contrapartida pelo uso do veículo, que não inclui os serviços normalmente associados ao renting. Mas, no final, o cliente tem a opção de comprar a viatura por um preço residual previamente acordado (o que se torna obrigatório em contratos de aluguer de longa duração – ALD -, uma modalidade de financiamento muito semelhante à do leasing).
Os dados mostram que o recurso ao crédito é, desde 2015, a opção mais utilizada para a compra de veículos novos. A crise do final da década passada levou a uma quebra muito acentuada na concessão de crédito pelos bancos e entidades financeiras, o que ajudou a que o renting chegasse a ter um papel preponderante, mas o financiamento através do crédito voltou a tornar-se a escolha preferencial. Isto apesar de se registar um forte crescimento do número de novos contratos de renting. Já o leasing, tem registado nos últimos anos uma tendência para a redução do número de novos contratos estabelecidos.
Os três primeiros meses de 2019 revelam um abrandamento do crescimento do renting de automóveis, tendo o número de novos contratos caído 1,7% em relação ao período homólogo de 2018. Segundo dados da associação ALF, no final do primeiro trimestre, as empresas de renting em Portugal geriam uma frota ativa de 113.469 veículos, tendo-se verificado um crescimento de 17,1% no valor contabilístico da frota, em termos homólogos, o que equivale a um valor superior a 1,9 mil milhões de euros.
O peso do renting na aquisição de novas viaturas sente-se mais vincadamente no segmento dos carros elétricos. Segundo a ALF, 30% das vendas de viaturas elétricas fazem-se através de contratos de renting, o que mostra que esta é uma solução cada vez mais procurada para pôr em prática a mudança tecnológica.
No mesmo período, os dados do Banco de Portugal mostram que, até abril de 2019, houve uma redução de 18,2% no número de contratos de crédito automóvel para carros novos, assim como um recuo de 16,7% nos contratos de Locação Financeira ou ALD.
As vendas de veículos novos estão a diminuir, o que pode ser explicado, em parte, pela adoção do protocolo WLTP para a medição das emissões poluentes, que começou a ser aplicado no último trimestre de 2018 e que levou a um agravamento da tributação fiscal de vários modelos de viaturas.
Um estudo da Arval, do grupo BNP Paribas, publicado em 2017, recolheu as visões de gestores de Pequenas e Médias Empresas sobre os critérios que usam para escolher o tipo de financiamento para a aquisição dos veículos das suas frotas.
É curioso verificar que, entre os que recorreram ao crédito, a maioria (39%) diz que o faz porque “tem sido sempre assim”. Outras duas razões apontadas, ambas com 18% das respostas, são que a empresa “mantém as viaturas por muitos anos” ou que esta “precisa de poucas viaturas”. O recurso ao crédito parece assim ir de encontro a uma ideia de gestão mais conservadora.
Esta interpretação é corroborada pelo que dizem os gestores que recorrem ao renting. Neste estudo, 27% dos inquiridos revelou escolher o renting porque “facilita o controlo e gestão de custos”, outros 18% dizem ser este “o modelo mais adequado” e 19% porque “incluiu na mensalidade o financiamento e serviços”. Critérios que parecem indicar uma gestão mais baseada na análise financeira dos custos. Os que optaram pelo leasing definiram a “opção de compra no final” como a maior vantagem.
Quem compra veículos sem recorrer a financiamento externo explica que o faz por três razões principais: “Tem sido sempre assim”, “Tem liquidez e não quer custos financeiros” e “Mantém as viaturas por muitos anos”, por esta ordem de prioridade.
Produzido pela Webtexto para a Cartrack
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